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Zoologia dos Invertebrados Superiores II: Filo Arthropoda: Escorpiões, Aranhas, Crustáceos e Insetos

  • 16 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de jul. de 2020

O Filo Arthropoda apresenta 3 sinapomorfias muito marcantes que descrevem o grupo:

  • Exoesqueleto quitinoso: garante sustentação;

  • Apêndices monoarticulados: garante movimento;

  • Muda/Ecdise: promove o crescimento;

Todos animais do grupo realizam o processo de autotomia, que é a perda voluntária de apêndices (quelíceras, pedipalpos e patas). A muda ou ecdise é dividida em algumas etapas, sendo controlada por 2 hormônios: ecdisona (promove a muda/ecdise) e o hormônio inibidor da muda (HIM). As etapas do processo são:

  • Fase A- Pós-muda recente: o exoesqueleto se encontra desmineralizado, ou seja, extremamente frágil, causando uma dificuldade locomotora e de alimentação nesses animais. Esse período é demarcado por ser uma fase críptica em que os animais ficam escondidos (para evitar riscos desnecessários) e por ser uma fase em que o animal está expandindo seu tamanho (crescendo) por meio de água e ar;

  • Fase B- Pós-muda avançada: ocorre a mineralização do exoesqueleto, a locomoção e a alimentação voltam a acontecer;

  • Fase C- Intermuda: é o maior período, os animais se alimentam muito para repor o que estava sendo ocupado por água e ar e para se preparar para uma nova muda (reserva). É o período em que machos adultos estão aptos a copular;

  • Fase D- Pré-muda: fase em que 2 exoesqueletos estão presentes (o antigo e o que está sendo formado), ecdisona está ativa e estimulando a produção de muco pelas glândulas epidérmicas e a linha de quebra está sendo formada. Além disso, algumas espécies produzem enzimas digestivas que digerem o carbonato de cálcio do exoesquleto antigo;

  • Fase E- Muda: abandono do exoesqueleto antigo (denominado exúvia), fase mais rápida;

CLASSE CHELLICERATA Sinapomorfia: 1 par de quelíceras pré-orais; Corpo dividido em cefalotórax=prososma (1° segmento: quelíceras/ 2° segmento: pedipalpos (defesa e alimentação)/ 3° ao 6° segmento: patas locomotoras) e abdome=opistossoma. Excreção por glândulas verdes coxais.

  1. Sub-Classe Arachinida: Ordem Scorpiones

Predadores, apresentam quelíceras queladas (quela-pinça). Apresentam no cefalotórax o gonóporo operculado, pente/pectina (sensorial), estigma dos pulmões foliáceos e o aguilhão. O sistema nervoso é ganglionar, com a presença do gânglio cerebral, 7 cordões nervosos fundidos, fibras gigantes no télson, ocelos e olhos. Como órgãos sensoriais apresentam os tricobótrios (cerdas) e o pente/pectina. São dioicos, realizam fecundação interna sem cópula (transferência dos espermatozóides por meio do espermatóforos), fêmeas armazenam os espermatozóides para que não seja necessário todo o processo de reprodução para uma nova prole ser formada (armazena na espermateca).

  1. Sub-Classe Arachinida: Ordem Aranae

Graças ao hábito sedentário, algumas aranhas formam teias para captura de alimento. A quelícera apresenta uma região basal (produção do veneno) e uma distal (inocula). Para essa Ordem, o pedipalpo é um caráter sexual secundário modificado nos machos para a cópula. O abdome é globuloso, não-segmentado, apresenta de 6 a 8 fiandeiras que secretam o fio de seda (produzido por glândulas sarcígenas), 1 par de estigmas (fendas respiratórias) e a placa epígena (♀). Digestão é pré-oral, a gnatobase é responsável por triturar o alimento. O veneno , em maioria, é atóxico, mas quando tóxico, sua ação pode ser: neurotóxica, proteolítica, miotóxica ou hemolítica. O fio de seda apresenta tais funções: produção da teia, fio guia, casulos/ninhos, teia espermática, ooteca e mumificação dos alimentos. São dioicos, apresentam dimorfismo sexual (machos- bulbo copulatório/ fêmeas- placa epígena), fecundação interna sem cópula (transferência dos espermatozóides por meio do espermatóforo), fêmeas armazenam os espermatozóides para que não seja necessário todo o processo de reprodução para uma nova prole ser formada (armazena na espermateca).

CLASSE CRUSTACEA Primitivamente marinhos, alguns estuarinos ou semi-terrestres. Corpo dividido em cefalotórax e abdome. Apresentam quela pós oral. Sinapomorfias: 2 pares de antenas e apêndices birremes (exopodito e endopodito). O aparelho digestivo é completo, exploram todos os hábitos alimentares, boca é altamente especializada, faringe (glandular e muscular), estômago (digere e armazena temporariamente o alimento, apresentam moinhos gástricos para digestão mecânica), intestino (pode apresentar celulase para digestão de celulose), hepatopâncreas (glândula que varia em tamanho no tempo, armazena glicogênio, bile e produz enzimas digestivas); A excreção é feita por glândulas verdes antenais e as trocas gasosas por brânquias. Quanto a reprodução, maioria dioica, fecundação interna com cópula, maioria com desenvolvimento indireto = anamórfico (muitos estágios larvais), minoria direto = epimórfico. As cracas (crustáceos sésseis) são monoicos graças ao seu hábito.

CLASSE INSECTA Os insetos podem ser endognatas (aparelho bucal internalizado) ou ectognatas (aparelho bucal externo), são obrigatoriamente terrestres e apresentam apêndices unirremes. Os que possuem asas (por toda vida ou só uma parte) são denominados pterigotas e, o contrário, apterigota. O sucesso adaptativo desse grupo se deu por diversos fatores, sendo eles:

  1. Asas e evolução do voo (dispersão, fuga, acesso ao alimento, resposta a condições ambientais);

  2. Revestimento de quitina (proteção e manutenção hídrica);

  3. Ciclo de vida curto (gera mais variabilidade genética);

  4. Desenvolvimento indireto (progenitores e prole ocupam nichos biológicos diferentes);

  5. Córion (proteção do ovo);

O corpo é dividido em cabeça, tórax e abdome. A cabeça apresenta 1 par de antenas, olhos (unidade funcional- omatídeos), ocelos, aparelho bucal (labro (teto, protege), mandíbula (tritura, corta, defende), maxila (acompanha a função da mandíbula), palpos maxilares (táteis e gustativos) e hipofaringe (tatéis, gustativos)). O tórax é dividido em protórax, mesotórax e metatórax. As asas, quando presentes, são encontradas no mesotórax e metatórax, sendo extremamente variáveis:

  1. Asa membranosa: obrigatória (2° par), apresenta inervação e venação;

  2. Asa coriácea/élitra: proteção;

  3. Asa hemiélitro: proteção, parte da asa é membranosa e parte é élitra;

  4. Asa balancin/halteres: 1 par de asas atrofiadas (Diptera);

  5. Asa franjada: natação;

O abdôme apresenta alguns cercos (estruturas vestigiais), ovopositores (apenas fêmeas), ferrão (defesa) e espiráculos (aberturas para trocas gasosas). O aparelho digestivo, ou estomodeu, é dividido em 3 regiões:

  1. Enteron: boca, faringe, papo (armazena temporariamente o alimento), moela (tritura o alimento) e proventrículo (região glandular, produz a membrana peritrófica que envolve o alimento);

  2. Mesenteron: ventrículos e cecos gástricos (região de produção de enzimas digestivas);

  3. Proctodeu: intestino (absorção de nutrientes), reto (almofadas retais – absorção de água) e ânus.

Design sem nome

Referências:

Zoologia dos Invertebrados- Ruppert e Barnes- 6ª edição;

Aulas do Professor Valter José Cobo.

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